domingo, 1 de maio de 2011


Medo do Escuro

 Passa se o tempo e a gente pensa que só porque crescemos, só porque amadurecemos também perdemos o nosso medo do escuro.
 Com o passar do tempo concluímos que o nosso modo de pensar não passa de uma afirmação errônea, pois observamos que o nosso medo não é mais do bicho papão nem da mulher de algodão nem tão pouco do boneco assassino, nossos medos hoje ainda são mais perigosos do que antes, pelo menos o medo do escuro que tínhamos antes, tirava o nosso sono só durante a noite e o medo que sentimos hoje nos traz preocupação até durante o dia.
 Quando criança, o medo do escuro diminuía quando tinha alguém do nosso lado, mas o medo de hoje nos faz suar ainda estando cercados por pessoas. O interessante é que o medo de hoje ele atormenta durante o dia, mas a noite ele se fortalece.
 Nossos pensamentos mais sombrios, nossas vontades mais secretas; aquelas que nem mesmo nossos melhores amigos sabem, a maioria das vezes são o que nos faz sentir medo do escuro. No apagar da luz, quando colocamos a cabeça no travesseiro é que começam os pensamentos, e de acordo com que esses pensamentos se afloram, observamos que a muita coisa em nós, que nós mesmos desconhecemos.
 Movidos pela surpresa de tudo que descobrimos sobre nós mesmos, a vontade que surge em nós e que o dia amanheça logo, afinal, acender a luz do quarto não mais adianta, pois o escuro que produz o maior medo está no fundo de nossa alma. Ainda acordados percebemos que o sol, já vem trazendo luz para um ambiente que outrora era só treva, e no profundo de nossa alma, também esperamos que um dia não muito distante, um sol interior chegue e traga luz para tudo em nós que ainda é escuridão.
 Grandes ou pequenos, ricos ou pobres, famosos ou desconhecidos, seja lá qual for o nível social, de certa forma todos nós ainda temos medo do escuro. 

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